segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Um desabafo



Sempre gostei de ver as estrelas, é algo que me fascina, gosto de olhá-las, conhece-las, e ter confiança com elas, ouvi-las. Gostava de as conhecer a todas, uma por uma. Saber o nome, a idade, onde vivem. Como se fossem amigas de longa data.

E às vezes fico assim, horas deitada, só a vê-las, a admirá-las.

Por vezes penso que me surpreendo de mais, com as coisas, sabem ! Fico a pensar como é tudo tão mágico aqui. Isto. Sabem, eu até acredito que exista vida fora daqui. Isto é, não será egoísta pensar que somos os únicos seres vivos a habitar um universo tão vasto, com tantos sistemas, tantas galáxias e tantos segredos ?

 Existe tanta coisa fora daqui, tanta coisa que não conhecemos, tanta coisa que nunca iremos conhecer. E é isso que nos desafia, que nos desperta a curiosidade e que nos faz querer saber mais sobre esta coisa infinita que é o universo, com tanto ainda por explorar.

 Mas no entanto, não preciso mais do que o que tenho aqui. Eu gosto disto aqui, acho mágico a forma como nós crescemos, como tudo cresce à nossa volta, como tudo se transforma. Gosto do facto de conseguirmos ver os milhões de estrelas minúsculas que se encontram a milhares de milhões de quilómetros daqui. Gosto da lua, da forma como afecta as marés, da forma como o sol reflecte a luz nela.
 E gosto principalmente das pessoas, de conhecê-las, gosto do sorriso delas, gosto da forma como entram na nossa vida, sem ser preciso muito. E às vezes, em raras vezes, da forma como parece que nos conhecemos à tanto tempo, à tanto tempo que não se pode contar, calcular, ou traduzir numa equação para génios matemáticos. É uma incógnita, algo que nunca vamos saber ao certo, mas que também não necessitamos de saber, basta saber que é muito tempo, e que, por muito que digam, vamos sempre conhecer essas pessoas, sem serem precisas muitas conversas. Basta estarmos com elas, às vezes até em silêncio. Basta uma respiração para sabermos tudo o que há a saber, e nada mais. É isso que é mágico, a forma como nos completamos sem ninguém nos ter dito nada. Sem serem precisas informações, diálogos, pesquisas, estudos. Já vem tudo cá dentro, já nasce connosco, já vem de há muito tempo.


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